GESTAR II CARIÚS -CE

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terça-feira, 23 de março de 2010

A oralidade na sala de aula - 11ª OFICINA - VARIANTES LINGUÍSTICAS

PROGRAMA GESTÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR – GESTAR –II



ATIVIDADE DO TP1 UNIDADES 01 E 02


A oralidade na sala de aula


Muitos alunos têm dificuldade de escrever pelo fato de o fazerem como falam. Por isso, a escola deve trabalhar a oralidade, mostrando as diferenças e semelhanças entre estas duas modalidades lingüísticas, fala e escrita.


O educando precisa saber que para a língua falada, não existe uma gramática pronta e que há diferenças léxicas na constituição de textos falados e de textos escritos, uma vez que a escrita possui palavras mais longas, um vocabulário mais variado e mais adjetivos atributivos.


Além disso, segundo Fávero (1999), professor deve reforçar a noção de que a interação da fala é face a face e da escrita é à distância, por isso a fala não é previamente planejada e a escrita sim. A escrita pode ser revisada e a fala não admite apagamento, ao se escrever podem ser feitas consultas e ao falar não. A fala mostra seu processo de criação e a escrita mostra o resultado.


SUGESTÕES PARA O TRABALHO COM A ORALIDADE EM SALA DE AULA


É importante ressaltar que os estudos gramaticais não devem ser abandonados. Pelo contrário, precisam ser trabalhados de forma a ampliar a capacidade comunicativa do aluno. Para isso, o professor deve partir da produção e da recepção de textos, porque é no texto que as palavras ganham sentido. O texto dá ao aluno um panorama geral da língua em funcionamento e não um panorama fragmentado.


As sugestões de atividades que seguem privilegiam o trabalho com textos, embora não se deva esquecer de que o trabalho com a gramática teórica, segundo Travaglia (2001), deve ser utilizado como um recurso a mais no desenvolvimento da capacidade comunicativa do aluno. Para o autor, o conhecimento da gramática teórica é importante, já que permite ao aluno conhecer a língua como uma instituição social.


A visão corrente em relação à concordância verbal é que quem não a domina, não domina o padrão culto da língua. Porém, até pessoas cultas, ao falarem, deixam de empregar, por vezes, regras de concordância de verbal. Como já foi dito, o aluno precisa reconhecer que há diferença entre a fala e a escrita e que a falta de concordância verbal nem sempre é aceita, principalmente na escrita.


1) Reflita a respeito da música “Inútil” interpretada pela banda “Ultraje a rigor”, respondendo às questões abaixo:














Inútil


A gente não sabemos escolher presidente


A gente não sabemos tomar conta da gente


A gente não sabemos nem escovar os dente


Tem gringo pensando que nóis é indigente


(Refrão)


Inútil


A gente somos inútil


A gente faz carro e não sabe guiar


A gente faz trilho e não tem trem pra botar


A gente faz filho e não consegue criar


A gente pede grana e não consegue pagar


(Refrão)


A gente faz música e não consegue gravar


A gente escreve livro e não consegue publicar


A gente escreve peça e não consegue encenar


A gente joga bola e não consegue ganhar


a) Há nessa música alguma ocorrência inadequada em relação ao padrão culto da língua? Justifique:


b) Há nessa música particularidades em relação à concordância do verbo. Qual a intenção do autor ao utilizar esse recurso?


c) A música “Inútil” se aproxima da língua falada. Justifique essa afirmação.


d) Reescreva essa letra, transformando-a no padrão culto da língua.


e) Ao realizar a transformação, a mensagem da música perdeu seu significado? Justifique.


2) O texto que segue se refere a sujeitos no plural, reescreva-os fazendo referência ao sujeito no singular. Faça as alterações necessárias.


Ônibus de torcedores, vindos principalmente do Rio de Janeiro, serão fiscalizados pela Polícia Militar e poderão ser apreendidos se forem encontrados fogos de artifício, armas, bebida alcoólica, drogas, paus ou bambus. Os integrantes das caravanas serão levados para a 93ª DP e impedidos de assistirem ao Fla-Flu de hoje à noite, no Estádio da Cidadania.


Pelo critério armado pela PM, os primeiros ônibus a deixarem a cidade serão os alugados pela torcida que sair vencedora do clássico. Meia hora depois partem os ônibus dos perdedores.


(Diário do Vale, 21/09/2005).










3) O texto que segue é a reprodução da língua falada. A fala coloquial, por vezes, apresenta a não concordância verbal. Observe no texto abaixo as inadequações no que se refere a esse aspecto e faça as devidas correções.


Tava tendo um baile na pracinha


Daí veio dois homens de carro


E chegou uma moto e bateu no carro


Os cara da moto caiu e teve fratura


Daí levaram os homens pro médico


Após esses exercícios, o professor deverá explicar que os indivíduos no uso da fala coloquial, tendem a não fazer a concordância do verbo. Entretanto, um texto escrito na modalidade formal não admite esse fenômeno.


Os erros de pontuação são bastante freqüentes e acarretam problemas de compreensão do texto. O papel do professor é levar o aluno a entender que o uso inadequado da pontuação pode prejudicar o sentido do texto. Na fala, a pontuação é representada pela pausa na respiração e entonação da voz.


Selecionar uma notícia de jornal e a copiar sem usar sinais de pontuação. Trocar as notícias com seus colegas, ou seja, pontuar a notícia do outro. Em seguida, comparar o texto redigido com o original e observar as diferenças e os motivos pelos quais utilizaram ou não determinado sinal de pontuação.


Os erros mais freqüentes de ortografia são os de identificação entre fonemas e letras; os decorrentes da influência do aluno (subjetivo) e os decorrentes do modo de pronunciar as palavras. A ortografia faz parte de uma convenção, os países que falam o mesmo idioma se reúnem e decidem como serão grafadas as palavras por meio e uma convenção ortográfica. Na elaboração de um texto, que tem objetivo de seguir a norma culta, a não observação da ortografia correta diminui a credibilidade do redator. Sendo assim, é importante que o trabalho com a língua portuguesa também vislumbre tarefas que colaborem para a sedimentação das regras ortográficas em benefício da boa comunicação.


1) Reescreva o texto que segue, eliminando a grafia inadequada de acordo com a modalidade culta da língua.






Era uma vez um robo que se chamava pinoque.


Um dia um homem comesou a tamformar um pinoqueo que seria seu filho querido. ia da uma dedicasão para ele ele foi a escola estuda.


E seus amigos comesou a ri dele cassou dois amigo na rua e covidou ele para ir para um cinema. Seu pai falou com ele nais ele não obedeseu falou netira seus nariz queceu.


Ele nunca mais falou netirar virou uma pessoa e seu amigo comesou a gosta dele.


Embora saibamos que, de acordo com Koch e Travaglia (2002), a coesão não garante a coerência, esse também constitui um aspecto importante para o processamento adequado do texto, ou seja, para que ele seja compreendido. Isso se deve ao fato de a coesão estar relacionada à clareza das idéias. Sendo assim, é relevante que se trabalhem atividades que levem os alunos a refletirem sobre os conceitos de coesão e de coerência e a evitarem alguns erros comuns na redação de textos, como a existência de orações incompletas e sem conexão; escolha inadequada de elementos de ligação; ambigüidade de referência anafórica. Observemos a sugestão que segue:


1) Reescreva o texto abaixo com a finalidade de torná-lo mais objetivo. Para isso, elimine as redundâncias, pontue-o e reordene-o, se necessário.


Observação: caso existam erros ortográficos, eles poderão também ser corrigidos.


CONCLUSÃO


Diante do que foi apresentado, pode-se concluir que o ensino tradicional tende a trabalhar apenas com a modalidade culta escrita da língua, não considerando a língua falada. Para isso, utiliza frases soltas, desconsiderando a situação comunicativa. Já a Lingüística Aplicada valoriza o trabalho com o texto e com as diversas variedades lingüísticas, tornando o estudo gramatical uma prática textual-discursiva, o que facilita a compreensão e a utilização adequada da língua.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BAGNO, Marcos. Português ou brasileiro? Um convite à pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Parábola, 2004.


TEXTO RETIRADO DE UM SITE  E ADAPTADO PARA A OFICINA DO GESTAR II

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